Bom dia Senhores do Milhão. A Luta Continua!
Atenção: Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, factos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.
...
Alberto era
uma pessoa simples.
Com pouco
estudo e muitos sonhos, aos 20 e poucos anos resolveu se aventurar e na febre
do trabalho nos Estados Unidos, não teve dúvidas: Ele iria trabalhar
ilegalmente nos Estados Unidos.
Com o pouco
dinheiro que tinha, conseguiu realizar o pagamento aos ditos ‘coiotes’ (pessoas que recebem dinheiro para levar pessoas
ilegalmente aos Estados Unidos), combinando o restante do pagamento para quando
já estivesse trabalhando na terra do Tio Sam.
Após uma
travessia muito difícil pelo deserto, após passar por situações sub-humanas
desde a chegada no México, ele finalmente conseguiu chegar nos Estados Unidos,
sendo um dos poucos do grupo a conseguir êxito.
Durante
alguns anos, trabalhou em várias funções: Lavador de pratos em restaurantes,
ajudante de marcenaria entre outros.
A profissão
que mais lhe rendeu dinheiro foi a dura e pesada área da Construção
Civil, onde chegou a ganhar algo em torno de $ 2.000,00 a $ 3.500,00 (dólares) mensais.
Alberto
teve maior facilidade na área de construção, por ser a mesma função que anteriormente
desempenhava no Brasil.
Cabe uma nota aqui: Não, caríssimo
leitor, não pense que foi algo fácil e que trabalhar ilegalmente nos Estados
Unidos resolverá todos os seus problemas.
Alberto
passou por alguns casos humilhantes: O receio de sair na rua para não ser preso
e deportado, o tratamento cruel e humilhante dado aos brasileiros ilegais, e
principalmente, em alguns locais onde trabalhou e simplesmente não recebeu o salário
combinado. Sendo ilegal, alguns comerciantes e empresários exploravam trabalhadores
nesta situação, sabendo que eles não poderiam procurar a justiça, nem mesmo a
polícia, para não serem deportados.
Mesmo com
todos estes desafios, Alberto conseguiu juntar um belíssimo ‘pé de meia’, ou
seja, poupou um valor considerável durante cerca de 8 anos nos Estados Unidos e resolveu voltar ao Brasil, para aplicar
todo o montante adquirido nestes longos anos.
Inicialmente,
realizou a compra de um lote, e construiu as suas primeiras casas, na cidade onde morava antes da grande aventura.
Por ser
pedreiro, coordenou as suas próprias obras, as primeiras sendo casas simples,
sem documentação, sem venda financiada, mas conseguiu regularizar tudo ao final
e obteve êxito nas suas primeiras vendas, tendo um lucro considerável.
Iniciou a
compra de mais lotes, e começou a construir mais casas simultaneamente, ainda
tendo capital suficiente para coordenar todas as obras, e sabendo que muitas
delas já seriam vendidas ainda antes de ficarem prontas. Era o auge da Construção
Civil.
Contribuiu
para isto o crédito farto, com a Caixa Econômica Federal despejando milhões de
reais disponíveis com apenas uma simples assinatura a muitos brasileiros, brasileiros
estes que tinham como expectativa a compra e imediata valorização, não se prendendo
a meros detalhes como o preço final após término da obra, nem mesmo com
a grande quantidade de meses / anos para a quitação completa do financiamento.
Alberto
começou a ficar conhecido na capital onde construía.
Alberto não
teve dúvidas: Era hora de começar a construir prédios.
Prédios são
empreendimentos que trazem maiores retornos com o melhor aproveitamento do
lote, afinal, serão mais unidades construídas em comparação a construção de
casas, mas, para isto, o capital a ser alocado é bem maior, e, mesmo com todo o
capital que trouxe dos Estados Unidos, complementado dos lucros
que havia obtido, ele calculou que precisaria de mais capital para a
conclusão das obra, inicialmente prevista para um prédio de 4 andares, com 4 unidades por andar, totalizando 16 unidades.
A ideia
dele foi bem simples: Ele começaria a construir o prédio e tentaria vender na
planta, assim já levantando certo capital para complementar o que faltasse. Em
geral cobra-se uma entrada de 20% do
valor do imóvel, sendo o restante financiado por bancos, na maioria das vezes
sendo a Caixa Econômica Federal.
Para o
primeiro prédio, com muito esforço e usando ainda do abundante crédito no
mercado e da farra da compra do imóvel na planta, com investidores comprando
imóveis somente pagando a entrada e prestações, e duplicando seu dinheiro vendendo
o imóvel ao término da obra, Alberto conseguiu todo o capital, e conseguiu
entregar as suas primeiras 16 unidades.
Aqui
começou também uma nova fase da vida de Alberto: O rapaz simples, que andava em
carro econômico, agora, começou a se relacionar com gente importante, afinal,
de simples pedreiro ele agora era grande empresário gerador de empregos, com
isto o seu modo de vida simples começou a mudar ...
Pick-up do ano, de uma das marcas mais conhecidas, e um carro de passeio também zero KM foram uma de suas primeiras compras.
Mesmo sendo
um construtor, apostou na compra financiada de um imóvel luxuoso, no melhor
bairro da cidade, usando grande parte de todo seu capital acumulado para compra à
vista de seu primeiro imóvel.
E começou a
frequentar festas luxuosas em camarotes e a viajar mais frequentemente.
Trabalhar
em suas obras? Não mais.
O terno
passou a acompanha-lo, e decidiu alugar uma loja muito bem localizada no centro
da cidade, para realizar a venda das unidades que construía, bem como para ser
o novo escritório de sua famosa empresa.
Seus custos fixos subiram enormemente, e seu capital alocado para obras reduzido drasticamente com uma mudança tão grande de vida: De simples construtor a empresário de sucesso.
Não haveria
problema, pois com o próximo empreendimento, ainda maior, ele teria um retorno
muito grande e continuaria mantendo o ritmo alucinante de crescimento.
Por já não
ter todo o capital disponível para começar a obra do início ao fim, de um prédio
com mais andares, elevador, e nível mais luxuoso, não teve dúvidas: Recorreu a
um vultuoso empréstimo num grande banco.
Foi
recebido de portas abertas e um sorriso escancarado pelo gerente, e com pouco
tempo já estava em sua conta empresarial a quantia necessária para construir o
prédio, pagar o seu novo alto custo de vida, e logicamente, arcar com os juros,
altos num primeiro momento, mas totalmente pagáveis diante da expectativa dos
lucros e da venda imediata de suas unidades.
Mas, algo
já rondava o mercado e ele não estava ciente: A crise imobiliária ...
...
[Continua
na postagem de amanhã - Segunda às 17:30 - Já programada]
...
Um abraço e
ótimo dia!
VDC – VIVER DE CONSTRUÇÃO
Buenas, VDC! Conheço vários Albertos, não só da construção civil. Paciência, né... cada um colhe o que planta.
ResponderExcluirTambém estou com uma historia quase pronta... Srta Maria Sem Serventia. Mas hoje resolvi postar sobre os Juros Futuros e os que espero nas ações e FIIs, a Maria vai ficar para a próxima semana.
Um abraço!
Ola IV,
ExcluirVou ler seu post, e este da srta Maria será interessante também.
Acho que estas histórias sao legais de ler, estilo Doutor Honorarios e Seu Madruga.
Como ficou grande postarei a segunda parte amanha.
Abraco
Se deu errado... acontece. São os Albertos que movem o mundo.
ResponderExcluirEspero a parte 2.
Olá CF,
ExcluirNeste ponto concordo, são os Albertos que geram empregos e arriscam empreendendo.
O problema maior foi: Alavancagem ...
Veremos amanhã na parte final (achei a história grande e dividi em 2 posts).
Abraço
Interessante a história. Será boa pra mim que não manja muito de construção civil e gosta de investir em FII!
ResponderExcluirValeu
Olá MP,
ExcluirSim, mostra um pouco o que fazem os construtores ...
Neste teremos uma lição do que não fazer. Amanhã sai a parte 2 e final.
Abraço
Olá VDC,
ResponderExcluirLegal este tipo de história, no aguardo pela parte 2.
Conheci uma cabelereira que morou 10 anos nos EUA, casou, separou e mandou dinheiro para o Brasil. A família não soube investir corretamente o dinheiro e ela teve que voltar ao EUA para trabalhar devido a esta crise econômica no Brasil(ela tem greencard). Não tenho mais notícias dela.
Abraços.
Olá AF,
ExcluirEu gosto de ler sobre histórias de empreendedores, não só aqueles que deram certo, mas gosto de aprender com os erros de quem tentou e não venceu também.
Sorte dela ter green Card, pois se tivesse que arriscar a vida e pagar para ir ilegalmente, não teria mais condições econômicas caso tenha gastado tudo.
Abraço
Ele foi inconsequente ao gastar um pedaço da riqueza que tinha para comprar bens materiais e ficar sem dinheiro para investimentos.
ResponderExcluirSe ele tivesse se planejado anteriormente, poderia evitar comprar um apartamento caríssimo e, no lugar, pegar o capital livre e investi-lo nessa "mega construção".
Por mais que empreendedores se arrisquem, os mais sábios chegam a guardar uma parte para caso tudo venha a dar errado. O Trump, por exemplo, é um dos que se arriscam ao empregar dinheiro em projetos ousados, algumas vezes ele tira de letra, outras, não – já perdeu alguns bilhões. Mas ele não arrisca todo o capital nos seus negócios. Assim como outros grandes empresários - o Eike ficou, quando faliu, ainda com algumas centenas de milhões de reais.
Não é nada sábio jogar com tudo que se tem; pior ainda no caso do Alberto, que alavancou grana...
Esperando a próxima parte...
Abraço!
Anderson
Olá Anderson,
ExcluirSim, o otimismo exacerbado acarretou numa decisão tola de usar capital alheio, sendo que ele tinha o capital para seguir no ritmo que estava funcionando, sem luxos.
Na vida devemos sempre arriscar de forma moderada, tendo sempre um ‘Plano B’ caso tudo dê errado.
No caso de Alberto, o poder subiu a cabeça, e o desfecho veremos na parte 2 (final) de hoje, às 17:30.
Um abraço
Oi VdC,
ResponderExcluirAcho que o pecado do Alberto foi depender demais de financiamento.
Se fosse chutar um desfecho, diria que ele não conseguiu vender imediatamente e os juros do empréstimo o quebrou.
Abraço.
Olá KB,
ExcluirUm bom palpite ... Com esta história pretendo esclarecer o motivo de nunca ter alavancado em meus empreendimentos e ter dispendido vários anos juntando dinheiro antes da primeira obra.
Abraço
É cara, alavancagem é complicado.
ResponderExcluirOlá AA,
ExcluirCom certeza. Alavancar é na maioria das vezes ruim, exceto quando você consegue gerar juros maiores, mas, na maioria das vezes isto acaba em prejuízos e dívidas.
Abraço
VDC,
ResponderExcluirOrra sacanagem ... quando estava ficando animado com a história .. depois volto ai pra ler a continuação ... tá na moda trilogia .. rs ..
Abs,
Olá Rodolfo,
ExcluirAchei a postagem muito grande, aí quebrei em dois pedaços.
Para até que eu escrevo “textão” achar grande, é por que ficou mesmo rs.
Às 17:30 esta programada o restante da história, onde veremos a importância de não alavancar.
Abraço
Começo da história correto, mas a pessoa se perdeu pelo caminho. Ah, estraguei o final será??? Muito interessante é a leitura de SONHO GRANDE, uma lição a quem acredita que ganhar mais é sinal de gastar mais (acredito que a moral da história deve ser esta, não é?). Conta a historia de Jorge Paulo Lemann e seus associados, donos da AMbev, Burger King, Americanas, Budweiser...
ResponderExcluirFala Guilherme,
ExcluirSim, você acertou. Começa a ganhar mais nunca deve ser uma forma de começar a gastar mais, a conta no final não fechou, e na parte 2 expliquei o que ocorreu.
Acabei de publicar a parte 2 e final.
A propósito, comentei seu blog, não vi se aprovou, mas eu deixei mensagem lá.
Abraço
Olá! Estou na fase de planejamento de obra de construção da minha casa. Em uma construção de residência com financiamento pela CAIXA Econômica Federal em 6 meses, posso afirmar que a liberação é de entorno de 30% no dois primeiros meses e 10 % nos quatros últimos? Se não, qual o percentual do total liberado? Já peguei alguns orçamentos, mas ninguém passou o percentual em média por mês.
ResponderExcluirOlá amigo,
ExcluirLeia este blog que tem bastante coisa sobre: http://nossacasa2013.blogspot.com.br/
Um abraço